21 março, 2007

Entranhas

Arranquei as minhas entranhas e apresentei-tas num tabuleiro de prata, mas tu não achaste suficiente. Apático, o teu coração continuou sem bater. Os teus olhos logo se fecharam para um sono indiferente.

Ainda assim, não considerei a minha oferta vã.
Como num espelho, vi que tantas vezes não sinto o cheiro do sangue quente.

Esqueci o teu delito. Deixei-as expostas para me lembrar dos dias que passaram, dos que estão para vir e do que vivo agora.

1 comentários:

Emanuel Viçoso disse...

pesado, muito pesado.

Dá para sentir o calor e o cheiro do sangue....

essa veio mesmo, literalmente, de dentro...chiça...