19 fevereiro, 2007

Não há mais nada

"Não há mais nada" ponto final. Acabou a frase. Acabou a conversa.
Deu as costas e fechou a porta. E sabia que ainda havia tudo. Chovia mas não abriu o chapéu. Juntou-se a água doce e a salgada.
"Não há mais nada" que estranha forma de terminar o que não terminou pensou, olhando para o vidro fumado onde gotas frias corriam, onde se ouvia uma melodia de pingos pesados e poças pisadas.
Que estranha frase pensou, ela volta não tarda. O que acabou não acabou. Que estranho fim pensou, vendo a janela iluminar-se e a chuva diluir-se.
Não viu a sombra crescer na janela, não ouviu os sapatos pisarem o chão molhado.

Que estranha forma, pensou. Ela encharcada onde o sol brilha ele tão quente onde a chuva corria.

0 comentários: